Equipe
de Comunicação do XX Congresso Nacional do ECC
A
cada dia os hospitais públicos de Presidente Prudente recebem centenas de
pacientes vindos de toda a região, alguns até mesmo de outros estados
brasileiros. Muitos vêm para fazer tratamentos longos. Outros ficam internados
por vários dias sem previsão de alta. A maioria não vem só, traz consigo algum
acompanhante que possa ampará-lo neste momento de vulnerabilidade. A questão é:
onde abrigar estes acompanhantes?
A resposta veio há dois anos, quando
Presidente Prudente recebeu a “Casa Família Tra Noi ‘Padre Sebastião Plutino’”
– um espaço para hospedar acompanhantes de pacientes, sem custo algum. O
projeto do Movimento Tra Noi será um dos 18 painéis apresentados durante o XX
Congresso Nacional do ECC (Encontro de Casais com Cristo), que será realizado
de 13 a
15 de julho, no Campus II da Unoeste.
Segundo a assistente social do Hospital Regional de
Presidente Prudente (HR), Marcia Cristiane Paz Andrade, a iniciativa do
Movimento Tra Noi é excelente e de grande importância para o município. “Antes
da Casa, quando era possível recorríamos a projetos da prefeitura ou abríamos
raras exceções no hospital para abrigar estas pessoas. Agora com o Tra Noi, temos
um lugar apropriado para encaminhar os acompanhantes, na certeza da boa
acolhida”, explica a assistente social do HR, hospital que encaminha
mensalmente cerca de 50 pessoas para se hospedar na Casa. Além do HR, o
Movimento também recebe acompanhantes de pacientes da Santa Casa, Hospital
Estadual, Instituto RH e Instituto de Radioterapia.
A Casa – que na verdade é um edifício de sete andares – foi construída com recursos financeiros vindos da sede do
Tra Noi na Itália. Sua estrutura abriga 33 quartos com
banheiros, lavanderia, cozinha, refeitório, capela e sala de leitura. Adaptado
a portadores de necessidades especiais, o prédio possui elevador e seis quartos
de acordo com as normas de acessibilidade. O prédio tem capacidade para acomodar até 66 hóspedes por
noite.
De
acordo com a diretora da Casa, Maria Aparecida Mazuqueli, cerca de 150 pessoas são
recebidas mensalmente, sendo que algumas comparecem apenas para as refeições. “Além
dos acompanhantes, recebemos também pessoas em tratamento, que vêm a
Presidente Prudente para realizar uma série de consultas e exames”, explica
Mazuqueli. A manutenção da Casa é feita por nove funcionários e cerca de 35 voluntários.
Histórias
reais
Desde julho de 2011, Lucivânia Garcia Teixeira está
hospedada na “Casa Família Tra Noi ‘Padre Sebastião Plutino’”. Ela vem de Dourados
(MS) para tratar-se em uma das únicas cinco clínicas no País que possui o
aparelho necessário para sua recuperação. Acompanhada do marido, Lucivânia confessa que se sente em casa.
“O atendimento é maravilhoso, sou muito bem tratada. Em nossos horários livres,
sentamos para conversar com outros hóspedes da casa. É como se fôssemos uma
grande família”, declara.
Já o casal de Dracena, Marcos
Daniel Rodrigues e Adelaide Jardim da Silva, encontrou no trabalho voluntário na
casa uma terapia. “O horário de visita no hospital é das 12h às 20h. Fora isso,
estou na casa cuidando do jardim enquanto minha esposa dá uma mão na cozinha. A
ajuda chega a ser terapêutica para nós”, revela Rodrigues. Hóspedes do Tra
Noi desde dezembro de 2011, o casal veio a Presidente
Prudente para acompanhar o filho que está internado no Hospital Regional.
Quem comprova o
tratamento diferenciado que é oferecido na Casa Tra Noi, é a assistente social
do HR. “A casa é especial, pois além de hospedar as pessoas, faz com que todos
se sintam bem acolhidos, como se fossem uma família”, conclui Marcia.
O começo de
tudo
Segundo
Marli Aparecida Madia, recepcionista da Casa em Presidente Prudente
e membro do Tra Noi desde que chegou à cidade, o movimento data da década de 1950,
tendo iniciado em Roma, na Itália. O país vivia os assombros da era pós-guerra,
que havia deixado muitas mulheres viúvas e órfãs. Sem perspectivas, a maioria
saía de cidades do interior – ou de seus países – e vinha a Roma à procura de emprego, atuando muitas vezes como empregadas domésticas. “Humilhadas e maltratadas
por seus chefes, essas mulheres iam se confessar com o Padre Sebastião Plutino,
que resolveu agir”, explica Madia.
Inspirado
na espiritualidade de Dom Luis Orione, que tinha como carisma a acolhida, Dom Plutino
fundou o Movimento Tra Noi (Entre Nós, em português), na busca de devolver a
dignidade para essas mulheres. Ele as acolhia em uma casa, onde podiam dormir e
aprender sobre os seus direitos, além de participar de aulas de costura e
culinária. “O Movimento Tra Noi busca acolher qualquer pessoa, principalmente a
mais marginalizada e indefesa, sem distinção de classe, de religião e de
cultura”, define Madia.
Serviço - A ‘Casa Família Tra Noi’ fica na Rua Antenor Gonçalves, 261, na Vila Euclides. O telefone para contato é 3903-7865.
A
Casa Família Tra Noi abriga
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Marli Aparecida Madia e Maria Aparecida Mazuqueli
posam ao lado de um retrato do padre italiano que inspirou o Movimento Tra Noi, Dom Luis
Orione
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Desde
julho de 2011 hospedados na casa, Lucivânia e seu marido: “não sabemos o
que faríamos se não fosse a casa”
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Para
o casal Marcos Daniel Rodrigues e
Adelaide Jardim da Silva, a Casa Família Tra Noi tem sido mais que um mero local de
hospedagem
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Parabêns pelo otimo trabalho, DEUS continue abencôando a todos.
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