Equipe
de Comunicação do XX Congresso Nacional do ECC
A
Colônia Santa Clara de Assis tem conquistado papel de destaque no abrigo a
moradores de rua. E por conta dos resultados positivos que tem alcançado, o
trabalho foi selecionado para ser um dos 18 painéis apresentados
durante o XX Congresso Nacional do ECC (Encontro de Casais com Cristo), que
será realizado de 13 a
15 de julho, no Campus II da Unoeste.
De acordo com um dos idealizadores do projeto, Antonio
Molina, o que difere a colônia das outras instituições que abrigam moradores de
rua é o cunho religioso. “Nosso trabalho é baseado no acolhimento,
evangelização e integração dessas pessoas, longe de ser apenas uma casa de
passagem. Nosso objetivo é resgatar a dignidade humana”, define Molina.
A
Colônia Santa Clara de Assis nasceu em 1999, quando um grupo de voluntários da
Igreja Santa Rita tomou a iniciativa de construir um espaço voltado ao
atendimento de homens de rua, de todas as idades. “Muitas vezes víamos homens
deitados embaixo da marquise da Igreja e pensávamos sobre o que seria possível
fazer para mudar aquela situação, ajudando as pessoas”, comenta Sônia Molina.
Após dois anos
de trabalho, a instituição foi inaugurada em 11 de agosto de 2001, dia em que
se celebra a santa padroeira da Colônia. A estrutura – construída em forma de
cruz – possui alojamento para até 32 pessoas, refeitório, sanitários, cozinha, sala
médica, sala de jogos e TV, lavanderia e capela.
“Toda a
manutenção da casa é feita pelos próprios internos. O único funcionário que temos
é o coordenador da Colônia Antonio Carlos da Silva, ex-morador de rua”, explica
Molina. Segundo ele, as despesas da Colônia são custeadas por meio da venda de
pães, hortaliças e frango assado (40%), e doações da comunidade (60%). Desde
sua inauguração, a Colônia já recebeu cerca de 1.000 internos, vindos não só de
Presidente Prudente, mas também, de outros Estados como Paraná e Mato Grosso.
Inspiração
Santa Clara
nasceu em Assis (Itália) no ano de 1193. Ela pertencia a uma família nobre e aos
18 anos resolveu abandonar todo o conforto para dedicar-se à caridade e
respeito aos pequenos, tornando-se conhecida como a “dama pobre”. Seu trabalho
com os pobres serve de inspiração até os dias de hoje, sendo a Colônia Santa
Clara de Assis um dos exemplos. “A base do projeto é acolher, evangelizar e
integrar socialmente os internos, o mesmo trabalho que foi realizado há anos
pela jovem Santa Clara”, aponta Molina.
Para alcançar os objetivos, os internos
seguem uma rotina diária com a finalidade de disciplinar e organizar um
relacionamento saudável. A rotina dos moradores inclui orações, leituras
bíblicas, terapia ocupacional (serviços da chácara), oração do terço, partilhas
e missa. “Muitos homens vão para a rua, pois é um estilo de vida fácil e sem
disciplina. Na Colônia buscamos resgatar as regras de convívio social, e
ensinamos a desenvolverem a fé e a caridade”, esclarece Molina.
Superações
O
coordenador da Colônia Santa Clara, Antonio Carlos da Silva, de 57 anos, é
fruto do trabalho desenvolvido pelo projeto. Ele chegou à instituição em 2002,
vindo de Uraí (PR). Ele explica que abandonou a família e foi para a rua depois
de ter perdido o sentido da vida. “Felizmente uma assistente social me abordou
um dia e me convidou para vir para a Colônia. Foi a minha salvação, pois eu
sabia que precisava mudar de vida antes que as coisas tomassem um rumo sem
volta”, declara Silva.
Hoje, o
ex-morador de rua diz com muito orgulho: “assim como um dia fui acolhido,
procuro acolher bem todos que chegam aqui”. Sobre seu relacionamento com a
família, comenta que está muito feliz e visita a família quando pode, e o
inverso também acontece.
Um
dos internos que está sendo acolhido por Silva é Ildefonso Rodrigues Pereira,
de 52 anos. Ele é de Presidente Prudente e está há dois meses na Colônia. Para
ele, a instituição tem sido essencial na busca de uma vida melhor. “Antes eu me
irritava muito fácil e tinha muito remorso. Hoje, com a ajuda de todos, posso
dizer que me transformei da água pro vinho. Nos dias que não acordo muito bem,
a oração da manhã é um incentivo para continuar”, declara Pereira.
Para Antonio
Molina, a fase final da integração social é a mais difícil, pois eles mudaram,
mas a família e o resto do mundo continuam o mesmo. “Apesar das intempéries, eu
acredito que todo indivíduo que passa pela Colônia é recuperado, pois nunca
mais será o mesmo. De alguma forma, todos mudam”, conclui Molina.
Colônia Santa Clara de Assis é mantida pela Paróquia Santa Rita de Presidente Prudente |
Colônia Santa Clara de Assis foi inaugurada em 2001 e possui estrutura para acolher até 32 homens de rua |
Antonio e Sônia Molina foram um dos idealizadores da instituição e atuam desde o início como voluntários
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Antonio Carlos da Silva, ex-interno e atual coordenador da Colônia, acolhe os moradores como um dia foi acolhido |
Para Ildefonso Rodrigues Pereira, a oração da manhã é um incentivo para continuar |
Colônia possui uma horta mantida
pelos próprios internos, sendo as hortaliças utilizadas para consumo próprio ou
vendidas ao público
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