Equipe de Comunicação do XX
Congresso Nacional do ECC
Você sabia que cerca de 99% dos casos de dependência química tem a
família como principal causa do problema? Quem afirma esta triste realidade é o
frei Carlos Antônio Tavares, coordenador geral da Fundação Frei Antonio Puglisi,
de Uberlândia (MG), que atua na recuperação de dependentes químicos. O trabalho
excepcional que tem sido exercido pela Fundação chamou a atenção da equipe do
XX Congresso Nacional do ECC (Encontro de Casais com Cristo), que selecionou o
projeto para ser apresentado durante o evento – que será realizado em
Presidente Prudente nos dias 13, 14 e 15 de julho, no campus II da Unoeste –
sob o título ‘Dependência Química’.
De acordo com o frei, não existe uma
única razão para usar drogas ou beber demais, “você faz porque quer, ou está
muito estressado, ansioso, triste, alegre, ou só para curtir mesmo”. No
entanto, a família tem exercido um papel de destaque neste cenário, seja o mau
exemplo dos pais ou familiares, ou até mesmo a falta de atenção e ausência
deles. “Pode ser o fato de o usuário possuir um problema familiar e acabar
compensando-o nas drogas. Como também, pode ser o incentivo dos pais em casa,
que acabam sendo muito liberais quando deveriam impor regras. Festinhas regadas
a álcool hoje em dia são muito comuns”, alerta o frei.
Em muitos casos, o início da
dependência química parte das drogas lícitas, como o cigarro e o álcool, que
atuam como um trampolim para as drogas ilícitas. “O problema é que seu corpo se
adapta com a droga e precisa cada vez mais dela. O usuário acredita que pode
parar a qualquer momento, porém, seu organismo torna-se dependente dela
deixando-o ansioso e deprimido, sem saber o que fazer”, explica.
Tem jeito - A
boa notícia é que a própria família, culpada na maioria das vezes, também pode
ser a grande porta de saída do mundo das drogas. “As famílias não estão
preparadas para lidar com este tipo de problema, e quando elas ficam sabendo, o
mundo desaba. Nosso trabalho está em levar conhecimento e informações às
famílias, ajudando-as neste momento tão difícil”, diz o frei.
Segundo ele, com a ajuda de
profissionais especializados, é possível buscar uma solução para o problema. No
entanto, o usuário tem que aceitar espontaneamente a ajuda. “O dependente
químico pedirá ajuda quando a dor que ele sente for maior que o alívio que a
droga proporciona. É possível retomar o que realmente é importante para ele”, afirma.
Metodologia
– A Fundação Antonio
Puglisi é uma entidade sem fins lucrativos que nasceu em 1994. Ela é
mantenedora da Comunidade Terapêutica Stella Maris, local onde são realizados
os tratamentos. São atendidos apenas homens, a partir dos 18 anos, que
acompanhados da família procuram a Fundação para pedir ajuda. “Fazemos uma
triagem e, em alguns casos, o tratamento é ambulatorial, ou seja, o paciente é
atendido em casa”, explica o frei.
Durante todo o processo, a família tem
um papel muito importante na recuperação, participando de reuniões semanais em
companhia do paciente. “Vale ressaltar que não são atendidos apenas pais e
filhos, mas também, esposos, namorados, entre outros graus familiares”, ressalta.
Todo o tratamento é acompanhado por psicólogos e psiquiatras.
São atendidos por vez 20 pacientes, isto
quer dizer que, quando a comunidade está em seu limite de atendimento, um
paciente precisa finalizar para que outro possa entrar. Desde o início dos
trabalhos, em 1994, já foram atendidos cerca de 800 dependentes químicos. “Não
há custos para o paciente. Temos oito funcionários e o apoio de cerca de 40
voluntários para a realização dos trabalhos”, esclarece o frei, que complementa
dizendo que parte deste quadro de voluntários é composto por ex-atendidos.
Serviço – Para
mais informações, entre em contato com a Fundação Antonio Puglisi por meio do
telefone (34) 3211-5431.
Frei Carlos Antônio Tavares, coordenador geral da Fundação Frei Antonio
Puglisi, de Uberlândia (MG)
FOTOS: Frei Carlos Antônio Tavares
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Comunidade Terapêutica Stella Maris
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